Há uma noção incrustada em nossas mentes desde a infância: perfume é para mulheres e colônia é para homens. Essa ideia, fortemente reforçada pelo marketing das grandes marcas, se manifesta nos corredores dos shopping centers, nas propagandas de revistas e até mesmo em nossos banheiros. Mas, e se eu lhe dissesse que essa distinção entre perfume e colônia não é tão cortada e seca assim?
A verdade é que a diferença entre perfume e colônia não está no gênero ao qual se destina, mas sim na forma como as fragrâncias são formuladas e na concentração de óleos presentes nelas. Os perfumes, que geralmente contêm de 20 a 30% de óleo de fragrância, são mais concentrados que as colônias, que contêm apenas cerca de 2 a 4% de óleo. Este último foi originalmente concebido na Alemanha no século XVIII e é tradicionalmente uma fragrância mais diluída.
O que faz uma fragrância ser chamada de perfume, eau de parfum, eau de toilette ou eau de cologne não é o público-alvo, mas sim a proporção de óleo de fragrância, álcool e água na fórmula. Portanto, um homem pode usar um perfume da mesma forma que uma mulher pode usar uma colônia – não há regras aqui.
No entanto, a indústria da perfumaria ainda segue um padrão de marketing que reforça a ideia de que perfume é para mulheres e colônia é para homens. Mas o que causa essa segmentação?
Voltando ao século XVIII, personagens históricos, como Napoleão, eram conhecidos por usar uma quantidade excessiva de perfume para mascarar odores corporais após longos períodos em campanha. A ideia de que os homens também poderiam usar fragrâncias já estava presente, mas de forma distinta da que temos hoje.
No século XX, a colônia ganhou popularidade entre os homens como uma espécie de pós-barba. Já nos anos 70 e 80, com a febre dos perfumes femininos, os homens também passaram a buscar sua própria fragrância, solidificando ainda mais a ideia de que colônia é para homens.
Agora, estamos vivendo um momento de mudança. Os homens estão começando a se sentir mais confortáveis em usar a palavra “perfume” e se preocupam menos com os rótulos. Isso reflete uma tendência mais ampla de nossa sociedade, que busca cada vez mais a autoexpressão e a quebra de estereótipos. Seja homem ou mulher, todos têm o direito de escolher a fragrância que mais lhes agrada, independentemente de ela ser classificada como perfume ou colônia.
Portanto, a próxima vez que você for comprar uma fragrância, não deixe que rótulos de gênero influenciem sua decisão. Se você é um homem que adora um perfume intenso ou uma mulher que prefere uma colônia refrescante, vá em frente. Escolha a fragrância que lhe faz sentir bem, pois no final das contas, é isso que realmente importa.
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Julia é uma jornalista de coração e alma, com uma paixão especial pelo empoderamento das mulheres. Ela tem uma extensa experiência no mundo da moda e da beleza, tendo trabalhado com algumas das maiores marcas do Brasil. Como co-fundadora da Heroicas, Julia traz seu olhar afiado para as últimas tendências e os melhores produtos no mercado. Quando não está trabalhando, Julia adora cozinhar, explorar novos lugares e passar tempo ao ar livre. Julia acredita firmemente que toda mulher é uma